Audiência de custódia no Direito Penal: 5 pontos para se preparar bem

Juiz com martelo, balança e livros simbolizando audiência de custódia
Objetos que representam a audiência de custódia: martelo do juiz, balança e documentos do processo

A audiência de custódia é um dos momentos mais importantes do processo penal, pois garante que o preso seja apresentado a um juiz em até 24 horas após a prisão. Nesse ato, o magistrado avalia se a detenção foi legal e se houve abuso ou violação de direitos.

A seguir, veja cinco pontos essenciais para entender como funciona a audiência de custódia, quais são seus objetivos e como se preparar adequadamente.

1. O que é a audiência de custódia

Prevista no artigo 310 do Código de Processo Penal e regulamentada pela Resolução 213/2015 do CNJ, a audiência de custódia é o ato em que o juiz, o Ministério Público e a defesa verificam as circunstâncias da prisão.

O objetivo é garantir que o preso não tenha sido submetido a tortura, maus-tratos ou prisão ilegal. Além disso, é nesse momento que o juiz decide se o preso será solto, responderá em liberdade com medidas cautelares ou terá a prisão convertida em preventiva.

2. Prazo e forma de realização

O prazo máximo para a realização é de 24 horas após a prisão em flagrante. Em casos excepcionais, o ato pode ocorrer por videoconferência, conforme entendimento do CNJ e decisões recentes do STF, desde que seja garantido o direito de fala do preso e o acompanhamento por advogado ou defensor público.

Se a audiência não ocorrer dentro do prazo e não houver justificativa, a defesa pode requerer o relaxamento da prisão, embora a decisão dependa da análise judicial caso a caso.

3. O que acontece durante a audiência

Durante a audiência, o juiz faz perguntas ao preso para entender como ocorreu a prisão e se houve algum tipo de violência ou coação. O Ministério Público e o advogado também podem se manifestar.

Ao final, o juiz pode tomar uma das seguintes decisões:

  • Relaxar a prisão se considerar ilegal.
  • Conceder liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares.
  • Converter a prisão em flagrante em preventiva, se presentes os requisitos do artigo 312 do CPP.

4. Como se preparar para a audiência de custódia

O preso tem direito à presença de um advogado ou defensor público. É importante que o defensor:

  • Analise o auto de prisão em flagrante antes da audiência.
  • Oriente o preso sobre como relatar o ocorrido de forma clara e verdadeira.
  • Verifique se houve abuso policial, ausência de nota de culpa ou falta de comunicação imediata à família.

Esses cuidados são fundamentais para que a audiência cumpra seu papel de controle da legalidade da prisão.

5. Direitos garantidos ao preso

Durante a audiência de custódia, o preso tem direito a:

  • Ser ouvido pessoalmente pelo juiz.
  • Ter acesso à defesa técnica.
  • Relatar eventuais maus-tratos.
  • Ser informado sobre seus direitos e sobre o andamento do processo.

O descumprimento dessas garantias pode ser questionado judicialmente pela defesa.

Perguntas frequentes sobre audiência de custódia:

Toda prisão tem audiência de custódia?

Principalmente as prisões em flagrante. Nas demais, como temporária e preventiva, o juiz já decide previamente, mas o tema ainda gera debate jurídico.

O que acontece se não houver audiência em 24 horas?

A defesa pode pedir o relaxamento da prisão, mas o juiz analisará o caso concreto antes de decidir.

Posso ter advogado particular na audiência?

Sim. Caso o preso não tenha advogado, a Defensoria Pública atua na defesa.

A audiência pode ser feita por vídeo?

Sim, em situações excepcionais, desde que assegurado o direito de defesa e o acompanhamento por advogado.

O preso pode sair em liberdade após a audiência?

Pode, se o juiz entender que não há motivos para manter a prisão e decidir pela liberdade provisória com ou sem medidas cautelares.

Conclusão

A audiência de custódia é uma garantia fundamental no processo penal, pois permite que o Estado controle a legalidade da prisão e preserve os direitos do cidadão.

Se você ou alguém próximo passou por uma prisão e precisa entender melhor esse procedimento, é importante buscar orientação jurídica especializada.

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