Família: alienação parental, sinais e medidas legais para proteger seus filhos

Alienação parental ilustrada: pai e mãe puxam o filho em direções opostas, simbolizando disputa de guarda
Pais em conflito podem desencadear alienação parental, afetando o bem-estar da criança

A alienação parental é uma situação grave e cada vez mais discutida no Direito de Família. Ela ocorre quando um dos pais, ou até mesmo terceiros, interferem na formação psicológica da criança ou adolescente, tentando afastá-lo injustificadamente do outro genitor. Entender os sinais e conhecer as medidas legais disponíveis é essencial para proteger o bem-estar dos filhos e preservar o vínculo familiar saudável.

O que é alienação parental segundo a lei

A Lei nº 12.318/2010 define a alienação parental como qualquer interferência na convivência familiar que induza a criança ou o adolescente a rejeitar um dos pais sem motivo legítimo. Entre os atos mais comuns estão dificultar o contato com o outro genitor, fazer falsas acusações, omitir informações relevantes sobre a vida escolar ou médica do filho e até incentivar a criança a acreditar que o outro genitor não a ama.

Esses comportamentos violam o direito fundamental da criança à convivência familiar equilibrada, garantido pelo artigo 227 da Constituição Federal, e podem gerar consequências graves tanto emocionais quanto jurídicas.

Como identificar os sinais da alienação parental

Os sinais podem variar conforme a idade e o vínculo da criança, mas alguns comportamentos costumam chamar atenção:

  • Mudanças bruscas de humor em relação a um dos pais.
  • Resistência sem justificativa para visitas ou convivência.
  • Repetição de falas negativas ou acusações que não correspondem à realidade.
  • Medo, ansiedade ou choro ao mencionar o outro genitor.

Esses indícios, especialmente quando recorrentes, podem revelar que há influência externa prejudicando o relacionamento com o pai ou a mãe.

Medidas legais para combater a alienação parental

Quando há suspeita de alienação parental, o juiz pode determinar medidas previstas no artigo 6º da Lei nº 12.318/2010, como:

  • Advertência ao responsável pelos atos.
  • Ampliação do regime de convivência com o outro genitor.
  • Acompanhamento psicológico da família.
  • Alteração do tipo de guarda.
  • Suspensão temporária da autoridade parental em casos mais graves.

Todas as decisões judiciais devem observar o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente, podendo ser realizadas avaliações por equipe técnica composta por psicólogos e assistentes sociais.

O papel do Ministério Público e da equipe técnica

O Ministério Público tem papel essencial nesses processos, atuando para garantir que os direitos da criança sejam preservados. O juiz pode solicitar perícia psicológica ou biopsicossocial, assegurando uma análise técnica, ética e imparcial sobre os impactos da alienação no ambiente familiar.

Alienação parental e violência doméstica: é preciso cautela

É fundamental distinguir a alienação parental de situações em que há denúncia de violência doméstica. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recomenda que, nesses casos, o juiz avalie com cautela se a alegação de alienação não está sendo utilizada como instrumento de revitimização da mãe ou da criança. O Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero do CNJ (2021) orienta que a prioridade sempre deve ser a proteção integral da vítima e a escuta especializada.

Quando procurar ajuda jurídica

Se houver suspeita de alienação parental, é importante buscar orientação de um advogado especializado em Direito de Família. Esse profissional poderá analisar os fatos, reunir provas, solicitar perícias e propor medidas judiciais adequadas para proteger a convivência familiar da criança. O acompanhamento jurídico é essencial para garantir que o processo seja conduzido com base na lei e com foco no bem-estar do menor.

Perguntas frequentes sobre alienação parental

É possível comprovar a alienação parental apenas com relatos?

Não. A comprovação depende de elementos concretos, como laudos psicológicos, testemunhos e outras provas que indiquem a interferência indevida na relação entre pais e filhos.

O que acontece se o juiz confirmar a alienação parental?

O magistrado pode aplicar medidas que vão desde advertência até a mudança da guarda, conforme a gravidade da conduta.

A alienação parental pode ser praticada por avós ou terceiros?

Sim. Qualquer pessoa que exerça influência sobre a criança e prejudique o vínculo com um dos pais pode responder por alienação parental.

O que fazer se o outro genitor usa a lei de forma indevida para se defender de acusações?

O advogado poderá solicitar perícia e apresentar provas de que não há alienação, mas sim uma tentativa de manipular o processo. Cada caso deve ser analisado com cuidado técnico.

Existe punição criminal para o alienador?

A lei prevê sanções civis, mas os atos podem configurar crimes, como difamação, calúnia ou falsa denúncia, dependendo do caso.

Conclusão

A alienação parental é um tema delicado que exige atenção emocional e orientação jurídica qualificada. A prioridade sempre deve ser a preservação da saúde emocional e do direito de convivência das crianças.

Para entender mais sobre situações de convivência, guarda e proteção familiar, leia também os artigos Guarda compartilhada ou unilateral: qual modelo protege melhor a criança? e Meu ex não cumpre o regime de visitas: o que posso fazer legalmente?.

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