Segurado Facultativo: Vale a Pena Contribuir Mesmo Sem Trabalhar?

Gráfico de contribuições previdenciárias representando o segurado facultativo do INSS
Contribuir como segurado facultativo garante direitos previdenciários mesmo sem vínculo de trabalho.

Você já se perguntou se vale a pena contribuir para o INSS mesmo sem estar trabalhando? Muitas pessoas pensam que só quem tem carteira assinada pode se aposentar ou receber benefícios previdenciários, mas isso não é verdade. Existe a figura do segurado facultativo, criada justamente para permitir que quem não exerce atividade remunerada também tenha cobertura da Previdência Social.

Neste artigo, vamos explicar de forma simples o que significa ser segurado facultativo, quais são as vantagens e desvantagens dessa contribuição, quem pode se inscrever e como isso impacta no futuro da sua aposentadoria.

O que é o Segurado Facultativo?

O segurado facultativo é a pessoa maior de 16 anos que não exerce atividade remunerada, mas deseja contribuir para o INSS para ter direito a benefícios previdenciários.

Em outras palavras, é alguém que não trabalha de carteira assinada, não é autônomo e não recebe remuneração formal, mas ainda assim pode recolher mensalmente uma contribuição para se manter protegido pelo sistema previdenciário.

Exemplos práticos

  • Estudantes que ainda não ingressaram no mercado de trabalho.
  • Donas de casa que se dedicam exclusivamente ao cuidado do lar e da família.
  • Pessoas desempregadas que não querem perder o tempo de contribuição.
  • Missionários, bolsistas e cidadãos que, por algum motivo, não têm renda formal.

Segurado Facultativo: Vale a Pena Contribuir Mesmo Sem Trabalhar?

Essa é a dúvida central. Afinal, por que alguém colocaria dinheiro no INSS se não tem renda?

A resposta é simples: porque a contribuição garante direito a benefícios importantes, como auxílio-doença, aposentadoria por idade, pensão por morte e salário-maternidade. Ou seja, trata-se de uma forma de proteção social para você e sua família.

Além disso, quando a pessoa fica muito tempo sem contribuir, ela perde a qualidade de segurado, o que pode dificultar ou até impedir o acesso a benefícios futuros.

Quem pode ser segurado facultativo?

Segundo o artigo 11 da Lei nº 8.213/1991, podem se inscrever como segurados facultativos:

  • Maiores de 16 anos que não exerçam atividade remunerada.
  • Estudantes.
  • Donas e donos de casa.
  • Síndicos de condomínio não remunerados.
  • Brasileiros residentes no exterior que não estejam vinculados a regime previdenciário estrangeiro.

Atenção: quem trabalha por conta própria (motorista de aplicativo, manicure, pedreiro, etc.) não pode contribuir como facultativo. Nesse caso, a categoria correta é a de contribuinte individual.

Quais benefícios o segurado facultativo pode ter?

Contribuir como segurado facultativo dá direito a vários benefícios previdenciários, desde que cumpridos os requisitos de carência e tempo de contribuição. Entre eles:

  • Aposentadoria por idade (65 anos homens / 62 anos mulheres, com tempo mínimo de contribuição).
  • Aposentadoria por invalidez (caso fique permanentemente incapaz).
  • Auxílio-doença (em caso de incapacidade temporária).
  • Pensão por morte (para os dependentes).
  • Salário-maternidade.

Ou seja, mesmo sem trabalhar formalmente, o segurado facultativo está coberto em situações de doença, maternidade e morte, além de estar construindo o futuro direito à aposentadoria.

Quanto o segurado facultativo deve contribuir?

Existem diferentes formas de contribuição:

1. Alíquota de 20%

  • Base: valor escolhido entre o salário mínimo e o teto do INSS.
  • Indicado para quem deseja aposentadoria por tempo de contribuição (nos casos permitidos pela Reforma da Previdência) ou quer aumentar o valor do benefício.

2. Plano Simplificado – 11%

  • Base: salário mínimo.
  • Garante aposentadoria por idade e demais benefícios (exceto aposentadoria por tempo de contribuição).
  • Mais acessível financeiramente.

3. Alíquota de 5% – Facultativo de baixa renda

  • Exclusivo para donas de casa de famílias de baixa renda, inscritas no CadÚnico e com renda familiar até dois salários mínimos.
  • Contribuição reduzida, mas só dá direito à aposentadoria por idade e benefícios básicos.

Vantagens de ser segurado facultativo

  • Proteção imediata: você volta a ter direito a benefícios após cumprir a carência.
  • Continuidade no tempo de contribuição: evita “buracos” no histórico previdenciário.
  • Flexibilidade: você escolhe o valor da contribuição, entre o mínimo e o teto.
  • Segurança para a família: em caso de falecimento, os dependentes ficam protegidos com a pensão por morte.

Desvantagens e pontos de atenção

Nem tudo são flores. O segurado facultativo também deve considerar:

  • Custo mensal: pode pesar no orçamento de quem não tem renda.
  • Carência: alguns benefícios exigem tempo mínimo de contribuição (por exemplo, 12 meses para auxílio-doença).
  • Valor do benefício: quem contribui sempre com o mínimo terá uma aposentadoria também no valor mínimo.

Segurado facultativo x Contribuinte individual: qual a diferença?

Muita gente confunde. A diferença principal é:

  • Facultativo: não tem renda, mas quer contribuir.
  • Contribuinte individual: tem renda por conta própria (autônomo, MEI, prestador de serviço).

Ambos têm cobertura do INSS, mas se você exerce alguma atividade remunerada, não pode escolher ser facultativo.

O que acontece se parar de contribuir?

Ao deixar de pagar, a pessoa perde a qualidade de segurado após determinado período (que varia conforme o tempo de contribuição anterior). Isso significa que, se precisar, não poderá receber benefícios do INSS.

Exemplo: se você contribuiu apenas como facultativo por 1 ano e parou, após alguns meses perderá o direito ao auxílio-doença, mesmo que fique incapaz.

Vale a pena contribuir como segurado facultativo?

Depende da sua realidade financeira e dos seus objetivos. Mas, em muitos casos, a resposta é sim.

Se você não tem renda hoje, mas pretende garantir proteção previdenciária para você e sua família, a contribuição é um investimento no futuro. Além disso, pode evitar que você precise começar “do zero” no futuro, já que os anos de contribuição contam para aposentadoria.

Como contribuir como segurado facultativo?

  1. Fazer a inscrição no INSS (pode ser pelo site ou aplicativo Meu INSS).
  2. Escolher a forma de contribuição (20%, 11% ou 5%).
  3. Emitir a guia de recolhimento (GPS).
  4. Pagar mensalmente até o dia 15 de cada mês.

No site da Receita Federal, é possível preencher e imprimir a guia de forma simples.

Saiba mais no portal oficial do INSS

Erros comuns ao contribuir como facultativo

  • Contribuir com código errado e não ter o tempo reconhecido.
  • Contribuir sem verificar se se enquadra realmente como facultativo.
  • Esquecer de manter o pagamento em dia e perder a qualidade de segurado.
  • Acreditar que só por contribuir terá aposentadoria de alto valor, sem considerar o cálculo do benefício.

Conclusão

O segurado facultativo é uma alternativa para quem não está trabalhando, mas deseja se manter protegido pelo INSS. Pode ser uma decisão estratégica para quem busca segurança social e um futuro mais tranquilo.

No entanto, cada situação deve ser analisada com cuidado. Em alguns casos, pode ser mais vantajoso investir em um planejamento previdenciário para avaliar o impacto das contribuições no valor da futura aposentadoria.

Checklist: principais pontos sobre o segurado facultativo

  • Qualquer pessoa maior de 16 anos sem renda pode contribuir como facultativo.
  • Há três alíquotas possíveis: 20%, 11% e 5%.
  • Garante acesso a benefícios como aposentadoria, auxílio-doença e pensão por morte.
  • Interromper contribuições pode levar à perda da qualidade de segurado.
  • É preciso atenção ao código correto da guia de pagamento.

Perguntas Frequentes

Posso contribuir como segurado facultativo e depois mudar para contribuinte individual?

Sim, é possível. Basta alterar o código de contribuição quando começar a ter renda.

Quem contribui como facultativo tem direito a aposentadoria por tempo de contribuição?

Somente quem paga a alíquota de 20%. Nos planos de 11% e 5% esse direito não existe.

Posso pagar contribuições atrasadas como facultativo?

Sim, mas apenas de períodos recentes (até 6 meses). Para mais tempo, é necessário comprovar que realmente não tinha renda na época.

Vale a pena contribuir com 5% como dona de casa?

Pode ser uma boa opção para garantir cobertura básica, mas a aposentadoria será sempre de um salário mínimo.

Estudantes podem pagar como facultativos?

Sim, desde que não tenham atividade remunerada.

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